Ao fim de uns tantos
meses de paragem forçada… por motivo das asperezas do tempo ou por… “falta de
forças” fui finalmente dar um passeio na minha bicicleta! Ao princípio da tarde
levei a bicicleta “à mão” para atestar os pneus parados há meses e já regressei
sentado nela: Fui logo até à marginal em Fão, onde pedalei durante algum tempo,
sem exagero pois estava e estou ainda com algumas dúvidas quanto às minhas
actuais capacidades físicas, pois embora não tenha sentido qualquer
desequilíbrio, sei que já não tenho o à vontade com que antigamente andava de
bicicleta. Subir e começar a rolar, parar e saltar da bicicleta, curvar e outros
movimentos têm que ser feitos com muito cuidado, pois a idade não perdoa e agilidade
diminuiu muito… Mas gostei muito e foi um alívio – pelo menos para já – pois
consegui ultrapassar a indecisão que vinha sentindo e arrancar para este
primeiro passeio.
E dei comigo a
pensar em como a bicicleta me proporciona momentos muito agradáveis e a
possibilidade de ter mais ocasiões de reflexão em locais distintos dos
habituais, pois pego na bicicleta e saio descontraidamente, sem destino
pré-definido, para Fão ou Esposende, para norte ou para sul, depressa ou
devagar, parando aqui e acolá, observando a paisagem ou conversando mentalmente
com Deus, deixando o espírito espairecer e viver em pleno a felicidade de
“existir”… Muitas vezes acontece que simplesmente paro e sento-me a uma sombra,
olho o horizonte e os pensamentos ocorrem com muita diversidade, sobre a
família, saúde e doença, alegrias e tristezas, êxitos e desaires, conquistas e
perdas… O que me reserva o futuro? Quando chegará a minha hora? Como será o
futuro das minhas filhas e dos meus netos? Conseguirão estes alcançar os seus
objectivos e sentir a felicidade neste mundo cada vez mais complicado?