Assisti
a mais um concerto no CCVF para o qual já tinha comprado bilhetes há muito
tempo: Fundação Orquestra Estúdio com o Wim Mertens, compositor e pianista
belga muito reconhecido internacionalmente e que aqui veio apresentar um
conjunto de composições feitas por encomenda para a CEC.
As
expectativas não saíram de modo algum goradas, antes pelo contrário foram
superadas – pelo menos para mim, que não conhecia muito bem o autor nem como
intérprete nem como compositor.
Com
a sala completa (bilhetes esgotados há muitos dias) esta estreia mundial de cerca
de uma dúzia de composições e outras do seu reportório em estilos e sons
diversos surpreendeu-me em absoluto. Logo no início surgiu um trecho apenas em
percussão mas com um ritmo e intensidade impressionantes que logo cativou a
assistência.
Seguiram-se diversos temas com a orquestra e piano (e até canto,
pelo autor – embora a sua voz aguda não seja nada de especial mas, de qualquer
modo muito “quente e abafada”) com um aproveitamento excepcional dos ritmos,
das batidas sincopadas, das variações bruscas em ritmos e tempos, passagens
rápidas de pianos para fortes, com crescendos formidáveis e arrebatadores.
Assinalei algumas situações que me fizeram entender por que razão o programa
falava em “música descontinuada”: situações em que a “métrica” de um naipe
musical parecia não coincidir com outro naipe! Aliás houve diálogos formidáveis
entre as cordas e os metais, por exemplo, sempre com o piano a intervir com
vigor ou suavemente, melodicamente ou quase em dissonância. De assinalar também
várias interpretações a solo de harpa, de percussão, contrabaixo, trompete e
trombone, para além do piano… naturalmente!
Memorável!
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