Ao regressar a casa agora
à tarde, passei por uma criança que estava sentada num patamar mais
alto junto à avenida e que se entretinha a bufar para o ar bolas de sabão
que criava com um daqueles brinquedos de criança já muito conhecidos e de que
me recordo da minha infância. Bufava e depois tentava agarrar uma qualquer das
muitas bolas que saiam da palhinha por onde bufava. E ria-se muito pois as
bolas fugiam todas à sua frente levadas pelo vento. Passei junto dela e, no
momento em que me cruzei também eu com dezenas de bolas de sabão, abri os
braços e coloquei as mãos em concha, parecendo apanhar com elas uma das bolas que
por mim passava. Mantive as mãos fechadas como se lá tivesse guardada uma das
bolas, levantei os olhos e os braços, sorri e a criança olhou para mim… e riu-se mais uma vez. Muito.
Porque não existem mais sorrisos à minha volta?
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