Venho até à janela ou espreito pela porta de vidro do terraço.
Há vento do norte, forte e frio, que move os pinheiros de um lado para o outro, papéis e mil folhas pelo ar, um silvo enervante quebrando o silêncio e espalhando o desconforto, nos corpos, nos rostos de todos que vejo passar e que contrariados se inclinam em vénias ao vento que repudiam mas não podem evitar. Parece que nada se passa, que o tempo decorre e se esvai sem história, sem ondas, apenas acontece a rotina.
E é Agosto mas não há sol, nem calor, nem alegria, a praia está vazia, o mar escuro e as ondas resmungam sombrias. O céu está cinzento, até está frio lá fora… e “cá dentro”.
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