quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Silêncio

Estou só
em templo sagrado, com sombras, vazio,
retenho o silêncio que em mim afugenta
fantasmas medonhos e dores impensadas.
No chão grandes lajes tapando outras vidas,
redobra o silêncio, lhes sinto o frio.
São altas colunas de pedra cinzenta
polidas pelo tempo subindo aprumadas,
directas para o céu, no tecto perdidas.
Fileiras de bancos corridos, com pó!
Em paredes nuas, brancas, quase brancas
que o tempo passado só escureceu
há nichos vazios, sem santos, com nada…
vejo apenas sombras no branco acolhidas!
Mas sinto o silêncio, enorme, profundo
como se agora eu fosse o centro do mundo…
Estou só,
mas sinto uma paz, um tão grande sossego
cá dentro, bem fundo, no fundo da alma
que sinto-me bem e aqui gosto de estar.
Deixo passar o tempo, com fé, sem medo
porque o resultado final desta calma
é que quando eu quiser eu posso voltar.
A estar só!

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