rebusco em suas faces uma lembrança que
me faça recordar
tempos passados, uma turma, um
recreio,
uma briga ou um jogo, um passeio
fora de muros de chapéu e fato preto.
Nada me ocorre.
A capela está cheia, todos cantam, todos
rezam
(sem parar de conversar…) e eu só
penso e me revolto
por não ter na minha mente
pelo menos um registo, um nome por
quem pudesse chamar!
Desfilam no final, quase em parada,
um cumprimento vago, de que turma? de
que ano?
E o frei Sabino? O Evaristo? Morreu o
Frei Arlindo…
E pouco mais…
Saem apressados para o almoço no
refeitório
de sempre – está pintado de novo? E isso
importa?
Sobe a algazarra e até há encontrões,
sem maldade,
e reparo que são todos mais novos que
eu!
Apenas alguns frades mais velhotes…
sorridentes, franciscanos residentes
que já foram professores. Do meu
tempo? Apenas um.
Sessenta anos passaram – eu diria que
voaram…
e tudo é diferente, outros tempos
outra gente
que nada me fez recordar.
E no regresso,
pergunto-me se vale a pena voltar…