segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Recordar















Recordar é ter memória,
Ter saudades é sofrer.
Recordar a juventude, a energia,
as corridas dia a dia
para lá e para cá,
o futuro que se queria
e o sonho que estava
ali já.
Recordar é ter memória
da nossa própria história,
tal e qual,
sem formatos programados,
nem ornamentos forçados,
real.
Recorda-se simplesmente
alguma coisa vivida
sofrida
gozada,
e por qualquer motivo
recordada.
Recordar os nomes,
as ruas e os lugares,
os tempos e contratempos,
simplesmente
recordar.
Mas…
Ter saudades é sofrer.
Sentir a falta de alguma coisa perdida
que não foi substituída
e nunca mais voltará.
De alguém que se perdeu,
da amizade que tivemos
e não soubemos
valorizar.
Da conversa que findou
subitamente,
sem sequer ter terminado
o pensamento.
Um vazio que se sente
grande, enorme, muito grande,
e que nunca mais se encheu.
Ter saudades é não saber ultrapassar
a solidão que magoa,
e faz renascer
o desejo de voltar e não poder,
Sentir a falta do que se teve e se perdeu
Se sonhou e não se realizou,
Sofrer por saber não ser capaz
De ultrapassar
De inovar
De inventar
Algo de novo que possa substituir
O que não volta mais.

        Quisera eu saudades não sentir.                                                  

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