Quarenta e sete anos se passaram
Tão depressa,
Num instante que se estende
E que aquece
E só o coração entende.
Dia a dia, passo a passo,
Lado a lado num abraço
Que os beijos prolongaram.
Tanto tempo p’ra sentir
Tanta alegria, o teu calor,
Reter o teu olhar, o teu sorrir.
Tanto sorriso e brincadeira,
Tanto silencio sofredor,
Tanto desabafo de cabeceira
Tanto amor.
Quisera escrever bonitas prosas
Mil palavras, mil sonetos
E gritar aos quatro ventos
Tudo aquilo que me deste e eu sonhei:
Duas filhas, quatro netos.
Desculpa-me, porque sei
Que os meus ais, os meus lamentos
Nada são mais que ornamentos
Ao teu amor, que ganhei.
1 comentário:
Caro poeta
Estava escrito que o poeta ia bater asas e levantar voo depois de um longo tempo de repouso por razões várias. Mas levantou com o ímpeto do voo picado numa rota ascendente, cheio de dignidade e de qualidade. Deu-me muito prazer ver-te voar.
Recebe o meu abraço de parabéns, tu e a Musa inspiradora desse voo
Antonius
É lindo de ver esse amor adulto vivido com o mesmo entusiasmo do princípio.
A minha admiração para ambos.
Beijinho
Maríla
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