quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quarenta e sete

               Quarenta e sete anos se passaram
               Tão depressa,
               Num instante que se estende
               E que aquece
               E só o coração entende.
               Dia a dia, passo a passo,
               Lado a lado num abraço
               Que os beijos prolongaram.
               Tanto tempo p’ra sentir
               Tanta alegria, o teu calor,
               Reter o teu olhar, o teu sorrir.
               Tanto sorriso e brincadeira,
               Tanto silencio sofredor,
               Tanto desabafo de cabeceira
               Tanto amor.
               Quisera escrever bonitas prosas
               Mil palavras, mil sonetos
               E gritar aos quatro ventos
               Tudo aquilo que me deste e eu sonhei:
               Duas filhas, quatro netos.
               Desculpa-me, porque sei
               Que os meus ais, os meus lamentos
               Nada são mais que ornamentos
               Ao teu amor, que ganhei.

1 comentário:

Antober disse...

Caro poeta
Estava escrito que o poeta ia bater asas e levantar voo depois de um longo tempo de repouso por razões várias. Mas levantou com o ímpeto do voo picado numa rota ascendente, cheio de dignidade e de qualidade. Deu-me muito prazer ver-te voar.
Recebe o meu abraço de parabéns, tu e a Musa inspiradora desse voo
Antonius

É lindo de ver esse amor adulto vivido com o mesmo entusiasmo do princípio.
A minha admiração para ambos.
Beijinho
Maríla