Era
rara a noite em que não via a capicua: 02:20! Números vermelhos, grandes, que
reflectiam no tecto e nas paredes uma pequena luminosidade ténue mas
embaladora, ajudando-o a reflectir e a adormecer… Aliás achava curioso que a luz
do despertador não o incomodasse, o mesmo não acontecendo com o sinal verde de presença
do televisor, um sinal muito mais pequeno mas que lhe surgia mais forte,
incomodativo e o para o qual evitava olhar. Seria por ser verde? Será que o
verde é mais excitante que o vermelho ou este é por si mesmo mais embalador?
Haverá alguma justificação química ou física para a diferença de sensações que
uma ou outra côr podem transmitir? Curioso que nos semáforos o verde é para
avançar e é com o vermelho que se deve parar… É como se o verde fosse o símbolo
da vida e da esperança (está verde, avança…) e o vermelho fosse o símbolo do
amor e do sacrifício (está vermelho, tem paciência e espera…)! Mais tarde
gostaria de se debruçar mais sobre este assunto das cores que pelos vistos
parece terem todas e cada uma delas o seu próprio significado ou simbologia.
Mas então teria muito que aprender: vermelho, laranja amarelo, verde, azul,
anil e violeta – tantas são as cores do arco íris! Aliás aquela cor (anil) é um
pouco esquisita e distingue-se mal entre o azul e o violeta… Quando estudava
música, lembra-se de lhe terem dito que em tempos houve um físico inglês (Isaac
Newton) que com as suas experiências descobriu esta “nova” cor e a referenciou
para que fossem sete como sete são as notas musicais e os dias da semana e (na
altura) os planetas.
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