segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Escrever, falar

Tenho pensado bastante em como a minha maneira de ser se tem modificado dia a dia, aos poucos, mas sempre no mesmo sentido: melancolia, recolhimento, introspecção, afastamento.

Nunca fui pessoa de grandes conversas, já o disse mais que uma vez, tenho alguma dificuldade em dialogar com as pessoas, faltam-me argumentos, conhecimentos, assuntos, e recolho-me nos meus silêncios que às vezes até podem ser considerados indelicados…

Também já constatei que, quanto mais escrevo menos falo, como que se a escrita fosse o meu modo corrente de falar. Parece um ciclo vicioso: escrevo mais, falo menos, afasto-me mais, convivo menos, não converso com os outros e os outros não conversam comigo. Óbvio.

Este diálogo (escrito) frequente, mas não diário, é do meu agrado embora nem sempre seja agradável aquilo que escrevo, mas é a escrever que me sinto mais à vontade, pois não estou sujeito a críticas, escrevo sem quaisquer constrangimentos aquilo que penso no momento, embora confesse que já por mais que uma vez voltei atrás… para corrigir uma ou outra frase, mais para reparar erros ortográficos ou repetições, mas nunca mudando o sentido daquilo que estaria a pensar quando o escrevi, o que não seria possível numa situação de oralidade.

Falta de confiança?

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