Porque estamos no Natal, fui ver a história do presépio, mágico símbolo desta época e que me traz à lembrança gratas recordações de infância.
O termo hebraico “ebus” significava “praesepium” em latim e queria dizer manjedoira. Segundo o Evangelho de S. Lucas quando Jesus nasceu foi colocado numa manjedoira que havia no estábulo onde a Sagrada Família se tinha acolhido. Há pelo menos duas versões sobre essa manjedoira: seria apenas uma saliência natural da rocha da gruta que serviria de estábulo; ou teria sido mesmo uma manjedoira em madeira.
De qualquer maneira, as representações do “presépio” como cenário do nascimento de Jesus remontam já ao século IV e costumam incluir um boi e um jumento aquecendo o Menino. Não consta que nessas representações aparecessem renas, ou camelos…
Na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1223, na aldeia italiana de Greccio o frade Francisco que com os “penitentes de Assis” vivia com pobreza no Mosteiro de S. Damião pregando o evangelho da paz e penitência, fez uma reconstituição com uma manjedoira cheia de feno e junto dela mandou colocar um boi e um jumento. Sobre a manjedoira foi improvisado um altar em que cantou a missa da meia-noite e um dos assistentes teve a visão de que na manjedoira dormia uma criança e Francisco de Assis se aproximou dela para a acordar.
Francisco de Assis morreu em Outubro de 1226 pelo que aquela reconstituição do presépio só a poderá ter feito apenas mais duas vezes. Mas logo em 1228 foi canonizado e aquela cena de 24 para 25 de Dezembro de 1223 consta numa narração de 1229 e passados mais de trinta anos por S. Boaventura.
Assim se fez a ligação do presépio de Jesus com S. Francisco de Assis, com numerosas e variadas representações em pinturas e esculturas.
1 comentário:
De tal modo fomos evadidos pela figura do pai natal, de tal maneira a nossa sociedade ajudou a que ele se impusesse junto das novas gerações, que o presépio, carregado de história e de lógica como demonstra o estudo que fizeste do mesmo, passou tristemente para segundo plano, ou deixou mesmo de ser tido em conta.
Por isso e porque sou um aficionado do presépio, por que é dele que chegam as minhas inestimáveis recordações (como acontece contigo), porque ele tem uma história inefável para contar e o pai natal pelos vistos não é mais do que um produto da coca cola, não alimento simpatia nenhuma por este e é no presépio que vivem as minhas memórias.
Fizeste bem desenvolver este tema e de forma tão esclarecedora.
Um abraço
Antonius
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